Papa: hoje é preciso testemunhas de bondade e de amor gratuito
"A cultura da solidariedade e da gratuidade qualifica o voluntariado e contribui concretamente para a construção de uma sociedade fraterna, em cujo centro está a pessoa humana", disse Francisco aos cerca de 700 membros do Centro de Serviço para o Voluntariado "Sardenha Solidária".
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
“O serviço de voluntariado solidário é uma escolha que torna livres e abertos às necessidades do outro; às exigências da justiça, à defesa da vida, à salvaguarda da criação, com uma atenção tenra e especial pelos doentes e, sobretudo, pelos anciãos, que são um tesouro de sabedoria!”
Ouça a reportagem com a voz do Papa Francisco
Foi o que disse o Papa aos cerca de 700 membros do Centro de Serviço para o Voluntariado “Sardenha Solidária”, recebidos por Francisco na manhã desta sexta-feira (30/11) na Sala Paulo VI, no Vaticano, por ocasião do 20º aniversário de sua fundação.
Apreço pelo que fazem em favor dos necessitados
“Vocês representam a multidão de voluntários sardos, que trabalha por um generoso quanto necessário serviço aos últimos, num território – da bela Ilha de vocês – rico de tesouros, belezas naturais, de história e de arte, mas também marcado por pobreza e dificuldade”, frisou o Santo Padre em seu discurso aos presentes.
O Pontífice manifestou seu apreço pelo que fazem e continuam fazendo em prol “das faixas mais frágeis da população sarda, com uma atenção voltada também para alguns entre os países mais pobres do mundo”.
A pessoa humana no centro de uma sociedade fraterna
“Isso deve ser ressaltado porque é sinal de que não se ‘isolaram’, mas, apesar, das grandes necessidades internas, tiveram aberto o horizonte da solidariedade de vocês”, frisou o Santo Padre, acrescentando que “nessa perspectiva, souberam acolher e incluir aqueles que chegaram à Sardenha vindo de outras terras em busca de paz e de trabalho”.
“A cultura da solidariedade e da gratuidade qualifica o voluntariado e contribui concretamente para a construção de uma sociedade fraterna, em cujo centro está a pessoa humana. Na terra de vocês tal cultura haure abundantemente das robustas raízes cristãs, ou seja, do amor a Deus e amor ao próximo.”
Reconhecer no outro o irmão a ser amado
“É o amor a Deus que nos faz sempre reconhecer no outro o próximo, o irmão ou a irmã a ser amado. E isso requer compromisso pessoal e voluntário, para o qual certamente as instituições públicas podem e devem criar condições gerais favoráveis”, afirmou ainda o Pontífice.
Graças a essa “seiva” evangélica, a ajuda mantém sua dimensão humana e não se rompe. “Justamente por isso vocês voluntários não realizam uma obra de suplência na rede social, mas contribuem para dar uma feição humana e cristã à nossa sociedade”, observou Francisco.
“Encorajo-os a prosseguir com paixão a missão de vocês, buscando todas as formas possíveis e construtivas para despertar na opinião pública a exigência de comprometer-se pelo bem comum, em auxílio aos fracos e aos pobres.”
Na base de tudo a finalidade última, o serviço ao próximo
Antes de concluir o Papa fez uma constatação e deixou aos presentes uma forte exortação:
“Hoje há muita necessidade de testemunhas de bondade, de ternura e de amor gratuito. Há necessidade de pessoas perseverantes, que enfrentam as dificuldades com espírito de unidade e colocando sempre na base de tudo a finalidade última, ou seja, o serviço ao próximo. Assim fazendo vocês continuarão sendo para toda a Sardenha um ponto de referência e um exemplo.”
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