Igreja Católica exibe ossos de São Pedro no Vaticano
Papa rezou nesse domingo, 24, sobre a polêmica relíquia na missa de encerramento do Ano da Fé, no Vaticano.
[ i ]
Roma - Enquanto um vento gelado
obrigava a multidão a se proteger na Praça São Pedro, no Vaticano,
durante a cerimônia que encerrou o Ano da Fé, uma procissão trazia para o
altar um relicário de bronze com os oito pedaços de ossos que teriam
sido do santo que dá o nome ao local. Foi a primeira vez em 2 mil anos
que a Igreja exibia ao público as relíquias do primeiro papa, em um
esforço de transparência e na tentativa de atrair fiéis de volta para a
religião.
A cerimônia e a missa encerraram o Ano da Fé, ontem. Dezenas de milhares de pessoas lotaram a praça, enquanto o papa Francisco rezava diante da caixa, em um sinal de reverência.
Mas a decisão de expor os ossos não veio sem um debate que, ontem, dominava a imprensa italiana e dividia opiniões até na praça. Para alguns religiosos, não há consenso se as relíquias são de fato do apóstolo.
O debate se confunde com a própria história da Igreja nos últimos 70 anos. Tudo começou em 1939 quando o papa Pio XII autorizou o início da escavação da Basílica, na busca do que seria o túmulo do apóstolo. A descoberta ocorreria apenas 11 anos depois em um anúncio histórico e ao mesmo tempo contraditório. O papa garantia que aquele era o túmulo, mas admitia que não havia certeza de que os ossos eram de Pedro.
Em 1965, a arqueóloga Margherita Guarducci anunciou que havia identificado os ossos como sendo do apóstolo. "Nenhuma outra hipótese é concebível quanto aos ossos encontrados", disse a arqueóloga, naquele ano. Sua tese também se baseava no fato de ter encontrado perto do túmulo a inscrição "Petr eni", o que seria a abreviação em grego de que "Pedro está aqui". Para arqueólogos jesuítas nos anos 1960, o Vaticano jamais deveria ter insinuado que os ossos são do apóstolo.
Em 1968, o papa Paulo VI decidiu fazer o anúncio, o que deixou especialistas na Santa Sé inconformados. O próprio jornal oficial do Vaticano, o Osservatore Romano, explicou na semana passada que as relíquias seriam "reconhecidas pela tradição" como sendo de Pedro.
Além de fiéis, 1,2 mil patriarcas e arcebispos de Igrejas católicas de tradição oriental, cardeais, bispos e padres participaram da missa de ontem. A centralidade de Cristo como identidade dos cristãos foi o tema da homilia de Francisco. "Quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem."
"Com a iniciativa do Ano da Fé, Bento XVI nos ofereceu a oportunidade de redescobrirmos a beleza do caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja", afirmou o papa.
A cerimônia e a missa encerraram o Ano da Fé, ontem. Dezenas de milhares de pessoas lotaram a praça, enquanto o papa Francisco rezava diante da caixa, em um sinal de reverência.
Mas a decisão de expor os ossos não veio sem um debate que, ontem, dominava a imprensa italiana e dividia opiniões até na praça. Para alguns religiosos, não há consenso se as relíquias são de fato do apóstolo.
O debate se confunde com a própria história da Igreja nos últimos 70 anos. Tudo começou em 1939 quando o papa Pio XII autorizou o início da escavação da Basílica, na busca do que seria o túmulo do apóstolo. A descoberta ocorreria apenas 11 anos depois em um anúncio histórico e ao mesmo tempo contraditório. O papa garantia que aquele era o túmulo, mas admitia que não havia certeza de que os ossos eram de Pedro.
Em 1965, a arqueóloga Margherita Guarducci anunciou que havia identificado os ossos como sendo do apóstolo. "Nenhuma outra hipótese é concebível quanto aos ossos encontrados", disse a arqueóloga, naquele ano. Sua tese também se baseava no fato de ter encontrado perto do túmulo a inscrição "Petr eni", o que seria a abreviação em grego de que "Pedro está aqui". Para arqueólogos jesuítas nos anos 1960, o Vaticano jamais deveria ter insinuado que os ossos são do apóstolo.
Em 1968, o papa Paulo VI decidiu fazer o anúncio, o que deixou especialistas na Santa Sé inconformados. O próprio jornal oficial do Vaticano, o Osservatore Romano, explicou na semana passada que as relíquias seriam "reconhecidas pela tradição" como sendo de Pedro.
Além de fiéis, 1,2 mil patriarcas e arcebispos de Igrejas católicas de tradição oriental, cardeais, bispos e padres participaram da missa de ontem. A centralidade de Cristo como identidade dos cristãos foi o tema da homilia de Francisco. "Quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem."
"Com a iniciativa do Ano da Fé, Bento XVI nos ofereceu a oportunidade de redescobrirmos a beleza do caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja", afirmou o papa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário