A Missão Portas Abertas divulga um ranking com os 50 países com maior hostilidade aos cristãos. A Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2019 repete o cenário dos últimos anos, mas traz a inclusão da Rússia como novidade.
A LMP é uma ferramenta da Portas Abertas que ajuda a Igreja a planejar ações no campo missionário e também serve como uma espécie de guia para que os cristãos ocidentais intercedam pelos irmãos da Igreja Perseguida. A lista existe há mais de 25 anos, consolidando um trabalho realizado pela organização missionária desde os anos 1970.
Os parâmetros que ajudam a definir os países da lista vêm de um sistema de monitoramento que a Portas Abertas desenvolveu a partir dos relatos dos missionários. Assim, o grau de perseguição em cada país é medido por quatro fatores: número de categorias do cristianismo afetadas pela perseguição; proporção da população geral vivendo no território afetado pela perseguição; intensidade da perseguição; e frequência da perseguição.
“O cristianismo é organizado em categorias distintas: comunidades de cristãos expatriados, comunidades cristãs históricas, comunidades de cristãos convertidos e comunidades de cristãos não tradicionais. Isso é importante porque, dependendo do país, a perseguição pode ocorrer apenas a um determinado grupo de cristãos. A metodologia usa a proporção das categorias perseguidas do cristianismo como variável para pontuar o questionário final (que dá origem ao ranking dos 50 países da Lista Mundial da Perseguição), e não a proporção de todos os cristãos. Isso ocorre porque uma comunidade cristã vulnerável e muito pequena pode facilmente ser submetida a uma perseguição muito intensa. Ou dito de outra forma: uma comunidade cristã, como um grupo secreto de cristãos ex-muçulmanos (Muslim Background Believers, MBB) também pode ser muito pequena devido ao fato de que eles enfrentam perseguição muito intensa. O uso dessa variável possibilita, por exemplo, descrever situações em países com uma população de MBB que é fortemente restrita e uma população cristã mais ampla que goza de relativa liberdade”, explica a Missão Portas Abertas.
A partir desse conceito, uma escala de 0 a 100 pontos aplicada a diversos aspectos caracteriza o nível de perseguição por país e o tipo de hostilidade: opressão islâmica, nacionalismo religioso, protecionismo denominacional, antagonismo étnico, opressão comunista e pós-comunista, intolerância secular, paranoia ditatorial e corrupção ou crime organizado.
No relatório sobre a perseguição religiosa a cristãos, a Portas Abertas destacou que hoje 245 milhões de fiéis estão oprimidos por causa de sua fé, o que significa um a cada nove cristãos no mundo.
No último ano, 4.035 cristãos perderam suas vidas por motivos religiosos, um número 29% maior em relação a 2017. O crescimento da opressão também pode ser notado no aumento no número de igrejas atacadas, que passaram de 783 para 1.847 ao longo de 2018.
“Isto significa que no mínimo um cristão em cada nove no mundo sofre perseguição a um nível alto, muito alto ou extremo”, assegurou Ted Blake, responsável pela Portas Abertas na Espanha, de acordo com informações do Evangelical Focus.
Os cristãos também são perseguidos na Europa, onde o número de cristãos assassinados triplicou em 2018, passando de dois para seis. “Há duas coisas a ter em conta nesta situação. Primeiro, os cristãos que sofrem perseguição em outras partes do mundo chegaram à Europa, e aqueles que perseguem os cristãos em outras partes do mundo também vieram”, explicou Blake.
Além disso, “há uma radicalização no continente, com extremismo e populismo , cada um sendo intolerante à sua maneira”, observou. A Rússia – que passou a criminalizar o evangelismo em público – ficou em 41º lugar na lista, mas a Grécia é o país europeu em que morreram mais cristãos por causa de sua fé, somando quatro mortes, seguida da França e da Alemanha.
Confira alistados 50 países mais adversos para os cristãos, que é liderada pela Coreia do Norte desde 2002:
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