09/02/2018 08:33
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| Capuchinho nascido na Itália já é considerado santo pelos devotos no Nordeste. Foto: Paulo Paiva/ DP |
Em uma das mais importantes etapas no caminho percorrido pela Igreja Católica para a eventual canonização de frei Damião de Bozzano (1898-1997), a Comissão dos Teólogos aprovou o processo de beatificação do frade capuchinho, após análise realizada na Congregação das Causas do Santos, em Roma. O próximo passo será esperar o parecer da Comissão dos Cardeais, que poderá ser divulgado nos próximos oito meses.
Nascido em Bozzano, na Itália, e batizado como Pio Giannotti, Damião chegou ao Brasil em 1931 e radicou-se no Recife. Ao longo de 66 anos de vida religiosa, dedicou-se às populações mais pobres do país, atraindo uma legião de devotos que já o consideram santo. Para ser canonizado oficialmente, será necessária a comprovação de dois milagres, mediante minuciosa investigação científica. Falecido aos 98 anos, Damião descansa no Convento de São Félix de Cantalice, no bairro do Pina.
A Comissão dos Teólogos começou a analisar o processo no dia 6 de fevereiro, para ter subsídios suficientes à elaboração de um parecer sobre as virtudes heróicas praticadas em vida pelo frade. Agora, com a aprovação, o documento será apresentado ao cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação. Ainda em 2018, o religioso que ocupa um dos mais altos cargos na Igreja Católica apresentará o pedido ao papa Francisco.
Caberá ao Sumo Pontífice permitir a publicação do Decreto de Venerabilidade, pelo qual frei Damião será declarado um venerável. Com a comprovação de um milagre ocorrido após sua morte, por intercessão de Damião, ele poderá ser declarado beato. Confirmado mais um ato milagroso, esse ocorrido depois da beatificação, o capuchinho poderá ser inscrito no álbum dos santos.
O processo, que tem como postulador o frei capuchinho Jociel Gomes, iniciou sua fase diocesana desde em 2012. Atualmente está em curso a fase romana. Em paralelo ao trabalho de análise no Vaticano, uma equipe de postuladores está encarregada de investigar possíveis casos de milagres para encaminhá-los a Roma.
Critérios
Uma série de critérios é requerida para que um milagre seja reconhecido. No caso de enfermidades, é necessário que o ato tenha proporcionado a cura definitiva do doente em um curto intervalo de tempo entre a oração pedindo a intercessão e a obtenção da graça. Na investigação são analisados laudos e documentos comprobatórios de cientistas e médicos, atestando que não há explicação científica para a melhora.
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