Reformas no Vaticano levam conservadores católicos a protestar contra o papa Francisco
Cartazes divulgados no Vaticano por grupo de católicos conservadores criticaram o Papa Francisco devido a "erros doutrinários" e postura duvidosa. Grupo de cardeais fieis ao Papa divulgaram nota em sua defesa
A postura do Papa Francisco diante de temas considerados conservadores para a Igreja Católica não tem agradado alguns membros da igreja romana, incluindo autoridades eclesiásticas. Segundo informações do jornal Folha de São Paulo publicadas na última terça feira (21), Jorge Mario Bergoglio tem enfrentado protestos após algumas reformas feitas no Vaticano.
No começo do mês, diversos cartazes foram publicados nas ruas de Roma, na Itália, sendo rapidamente “abafados” pelas autoridades locais. Sem identificação, sabe-se que o grupo responsável pela publicação, entre outros assuntos, protesta contra o que seria a “decapitação dos cavaleiros de Malta”, após a renúncia do seu presidente uma semana antes do Papa anunciar um substituto para o cargo. Se trata de uma antiga ordem conservadora de cavaleiros que atualmente se dedica a caridade.
“Francisco, você destituiu os chefes das congregações, removeu sacerdotes, decapitou a Ordem de Malta e a dos Franciscanos da Imaculada, ignorou cardeais. Onde está a sua misericórdia?”, diz a mensagem escrita na parte de baixo dos cartazes, em dialeto romano. Veja:
Como parte do protesto, um documento imitando o jornal oficial do Vaticano, chamado “L’Osservatore Romano”, foi distribuído a diversos cardeais, ao que parece, contendo perguntas enviadas por outros cardeais conservadores. A resposta para cada pergunta, “sic et non” (sim e não em latim), sugere que o Papa não possui uma posição definida sobre a doutrina da Igreja Católica, pondo em dúvida questões essenciais do ensino romano.
Os protestos contra o Papa se relacionam, na maioria, a ações do Pontífice contra conservadores no Vaticano, como a aposentadoria forçada de Stefano Manelli, fundador da ordem dos Frades Franciscanos da Imaculada, em 1970, assim como o suposto desprezo a quatro cardeais considerados “ultraconservadores” que enviaram um carta pública ao Papa para que corrigisse “erros doutrinários” na sua encíclica Amoris Laetitia, em referência a comunhão de divorciados que se casam pela segunda vez, entre outros.
Em resposta às críticas, um conselho de cardeais conhecido como “C9”, se reuniu e, diferente de outros momentos, resolveu divulgar uma nota pública em apoio ao Papa; “em relação aos recentes acontecimentos, o Conselho de Cardeais expressa o pleno apoio ao papa, assegurando, ao mesmo tempo, a adesão e o apoio pleno à sua pessoa e ao seu magistério”, diz a nota, segundo publicação da Folha.
Ainda segundo a matéria, o Papa não comentou muito os protestos, mas chamou no último domingo de “difamações e calúnias”, acrescentando que “estas sementes arruínam a nossa comunidade, que deveria brilhar por sua acolhida, solidariedade e reconciliação”, disse ele.
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